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quarta-feira, 8 de maio de 2013

A EXPANSÃO DOS BANTU




Desejamos diariamente compreender a vida de um povo africano, com passos lentos e firmes, pra nos alto conhecermos e conhece-los principalmente. Simplesmente porque faz parte da nossa historia. Estamos sempre caminhando sentido contrario rumo ao passado, as nossas origens, atrás da historia de nossos ancestrais.

Com o decorrer dos séculos e milênios, os povos imigraram, buscando novos habitat, tanto pra residir quanto pra caçar, assim se diversificando de outros povos que tomaram outro rumo, criando culturas diferentes, mas dando manutenção na cultura que herdaram em seu habitat de original.

Os Bantu não fizeram de sua expansão uma migração em massa, de uma região a outra. Deslocaram em pequenos grupos de uma localidade a uma vizinhança, com sucessivos retornos ao ponto de partida. Com esse freqüente processo de retornos ao ponto de partida, fez gerações atingirem quatro cantos da áfrica, em direção a leste, oeste, centro e sul, com aproximadamente, talvez, em um tempo de um milênio ou mais.

Há 3.000 ou talvez 4.000 mil anos atrás, os Bantu deixaram a floresta equatorial, região hoje ocupada pelos Camarões, Nigéria e Gabão, migrou em dois lados distintos, para o leste da África e para o sul da África. Os Bantu rumaram à maior migração jamais realizada em todo continente africano.

Alguns estudiosos dizem que a designação “Bantu” nunca se refere a uma unidade racial. Assim não pode falar de “raça Bantu”, e sim de “povos Bantu”.

Analisando todos os pontos culturais relacionado à imigração dos Bantu, em direção a floresta equatorial, tanto antes, durante e após, a imigração pro leste e pro sul da África, podemos detectar, historicamente, com base literária, se comprova uma única raça, um único povo, que espalharam por quase toda a África, nascendo vários grupos bantu, se compondo de subgrupo.

Independente da forma da gramática ter se originado entre os missionários e lingüistas, criando assim o plural da palavra “bantu” do singular “ntu”, para designar o conjunto de pessoas ou homens, não significa ser povos de raças diferentes, muito pelo contrario, é convicto que os Bantu antes de migrarem pra floresta equatorial, se tratavam de uma raça, um povo, independentemente de existir nos tempos atuais grupos e subgrupos de origem bantu, que exercem uma cultura em “particularidades diferenciadas” uma da outra, mas com uma proximidade cultural bem próxima.

Independentemente dos bantu ter iniciado a migração da região dos Camarões ou da bacia do Chade, contornando a floresta, passando pela África Oriental, difundindo-se na África Meridional ou através da região Centro-Africana, através da floresta do Zaire, não revela ser grupos de povos, e sim um único povo que se originou de alguma raça que já veio ao longo dos avanços anuais, a partir da chegada na floresta equatorial, se misturando com outros povos.

Segundo Samwiri Lwanga-Lunyiigo e Jan Vansina relatam existir duas teorias que explicam o motivo que levaram os Bantu expandirem a partir dos seus territórios de origem.

“Uma sugere o abandono de uma economia precária, de caça e colheita, em proveito de uma economia fundada na agricultura, tenha desencadeado uma explosão demográfica, a qual, por sua vez, teria sido seguida de migrações de populações em busca de um espaço vital. O arqueólogo Merrick Posnansky escrevia, aproximadamente em 1962, que as migrações de povos bantos partidos da áfrica ocidental em direção a África Central eram obra de populações agrícolas e que o movimento desenvolveu-se depois que as técnicas agrícolas (cultura da banana e do inhame), introduzidas pelos entre -400 e +200, foram transmitidas para as populações florestais da África Central. Outra teoria, a da conquista, estabelece uma ligação entre a expansão dos bantos e os primórdios da idade do ferro: o trabalho deste metal teria facilitado a produção agrícola, graças ao aperfeiçoamento das ferramentas, e permitido aos bantos estabelecerem o seu domínio sobre os povos das regiões nas quais eles se instalaram. O principal defensor desta teoria, C. C. Wrigley, afirma que os bantos:  eram uma minoria dominante, especialistas da caça ao javali, constantemente ganhando novos adeptos [...] graças ao seu fabuloso prestigio como provedores de carne, lançando sem cessar novos grupos de aventureiros em todas as direções, ate o ponto em que a totalidade do subcontinente austral conheceu o uso do ferro e pos-se a falar o banto”(2010: 180-181).

Como podemos observar o povo Bantu era uma raça, um povo, e não povos como muitos acreditam ser, pois, quando se fala do povo Bantu, muitos pesquisadores não têm o mínimo cuidado de datar ou nomear esse povo Bantu, deixando assim o leitor bastante confuso.

Quando presenciamos, hoje, nos estudos literários, nos mapas etnográficos, essa gigantesca expansão de povos Bantu, nos faz compreender o que Samwiri Lwanga-Lunyiigo e Jan Vansina escreveram sobre a expansão.

Mesmo que existam dialetos diferentes, presenciamos um parentesco de línguas, capazes de confundir qualquer um que não as estudam a fundo. Exemplo disso são o Kimbundu (Língua Angolense) e o Kikongo (Língua Congolense), línguas diferentes com uma forma gramatical muito similar, que pode acarretar uma seriem de erros, caso não estudado a fundo, podendo acreditar que sejam a mesma língua.

 A mistura do povo Bantu, a sua expansão, também podemos compreender como ocorreu no passado, nos ritos de casamento executados por alguns povos de origem Bantu, mas em especial, este entre os Bakongo.

Quando o menino (muleke) ou a menina (rapariga) atinge a puberdade os pais logo da inicio aos preparativos do futuro casamento dos filhos. Caso na própria aldeia os pais não tenha encontrado bons candidatos pra casarem, procuram em aldeias vizinhas. Neste caso os pais do menino que procura uma boa candidata para o filho. Os pais da menina aguardam, não sai a procura de candidatos pra casar a filha, sabem que muitos já a observam na aldeia ou vem visitar a aldeia a observar futuras candidatas.

A menina ao decorrer de sua vida, anterior a se revelar mulher e poder se casar aprende a ajudar a mãe nas tarefas de casa (kubata). Ajuda a cozinhar, a plantar, a colher e principalmente, caso tenha irmãos mais novos, ajuda cria-los. Assim a menina cresce aprendendo ser dona de casa e como cuidar de uma criança. O menino anterior a puberdade esta sempre em atividades, ajuda o pai, tio, avô ou outro mais velho nas plantações e nas caças, sempre aprendendo.

A tia paterna ou a mãe ou a mulher de um primo, deve ir à outra aldeia, vizinha, com a missão de encontrar uma noiva para o filho. A mulher tem a missão de observar todas as meninas e uma boa mãe. A tia paterna tem a função de observar varias meninas, que pode ser futura mulher de seu sobrinho, que pode se uma excelente dona de casa e uma excelente mãe. A tia tanto observa as meninas quanto à mãe e irmãs casadas. Assim pode observar o comportamento, o ensinamento que essa família detém. 

Após todo um procedimento executado, relacionado ao casamento, o homem após ter se casado e pago todos os dotes a família da esposa, a leva contigo, passando a viver com o marido na aldeia que ele reside, e caso ele deseja sair da aldeia, em busca de novas terras, a mulher deve sempre o acompanhar.

Seja através do casamento, de conquistas a novos habitat ou buscas de terras férteis, com uma localidade cheia de animais silvestres, os grupos bantu que se encontra hoje em Africa-Bantu, pelo menos grande parte dos mesmos manteve uma tradição dos ancestrais. Isso pode ver nas tradições mantidas ate hoje. O Homem Bakongo, ao se casar, seja sua mulher da mesma aldeia ou não, ela o acompanha por onde for, passa a pertencer ao marido, a família do marido. Com isso encontramos uma nova mistura de povos, nos levando a acreditar que os Bantu fizeram sua expansão dessa mesma forma.


Um grande abraço aos amigos!
Tata Kitalehoxi! 

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