Desejamos diariamente compreender
a vida de um povo africano, com passos lentos e firmes, pra nos alto
conhecermos e conhece-los principalmente. Simplesmente porque faz parte da
nossa historia. Estamos sempre caminhando sentido contrario rumo ao passado, as
nossas origens, atrás da historia de nossos ancestrais.
Com o decorrer dos séculos e
milênios, os povos imigraram, buscando novos habitat, tanto pra residir quanto
pra caçar, assim se diversificando de outros povos que tomaram outro rumo,
criando culturas diferentes, mas dando manutenção na cultura que herdaram em
seu habitat de original.
Os Bantu não fizeram de sua
expansão uma migração em massa, de uma região a outra. Deslocaram em pequenos
grupos de uma localidade a uma vizinhança, com sucessivos retornos ao ponto de
partida. Com esse freqüente processo de retornos ao ponto de partida, fez
gerações atingirem quatro cantos da áfrica, em direção a leste, oeste, centro e
sul, com aproximadamente, talvez, em um tempo de um milênio ou mais.
Há 3.000 ou talvez 4.000 mil anos
atrás, os Bantu deixaram a floresta equatorial, região hoje ocupada pelos
Camarões, Nigéria e Gabão, migrou em dois lados distintos, para o leste da
África e para o sul da África. Os Bantu rumaram à maior migração jamais
realizada em todo continente africano.
Alguns estudiosos dizem que a
designação “Bantu” nunca se refere a uma unidade racial. Assim não pode falar
de “raça Bantu”, e sim de “povos Bantu”.
Analisando todos os pontos
culturais relacionado à imigração dos Bantu, em direção a floresta equatorial,
tanto antes, durante e após, a imigração pro leste e pro sul da África, podemos
detectar, historicamente, com base literária, se comprova uma única raça, um
único povo, que espalharam por quase toda a África, nascendo vários grupos
bantu, se compondo de subgrupo.
Independente da forma da
gramática ter se originado entre os missionários e lingüistas, criando assim o
plural da palavra “bantu” do singular “ntu”, para designar o conjunto de
pessoas ou homens, não significa ser povos de raças diferentes, muito pelo
contrario, é convicto que os Bantu antes de migrarem pra floresta equatorial,
se tratavam de uma raça, um povo, independentemente de existir nos tempos
atuais grupos e subgrupos de origem bantu, que exercem uma cultura em
“particularidades diferenciadas” uma da outra, mas com uma proximidade cultural
bem próxima.
Independentemente dos bantu ter
iniciado a migração da região dos Camarões ou da bacia do Chade, contornando a
floresta, passando pela África Oriental, difundindo-se na África Meridional ou
através da região Centro-Africana, através da floresta do Zaire, não revela ser
grupos de povos, e sim um único povo que se originou de alguma raça que já veio
ao longo dos avanços anuais, a partir da chegada na floresta equatorial, se
misturando com outros povos.
Segundo Samwiri Lwanga-Lunyiigo e
Jan Vansina relatam existir duas teorias que explicam o motivo que levaram os
Bantu expandirem a partir dos seus territórios de origem.
“Uma sugere o abandono de uma
economia precária, de caça e colheita, em proveito de uma economia fundada na
agricultura, tenha desencadeado uma explosão demográfica, a qual, por sua vez,
teria sido seguida de migrações de populações em busca de um espaço vital. O
arqueólogo Merrick Posnansky escrevia, aproximadamente em 1962, que as
migrações de povos bantos partidos da áfrica ocidental em direção a África Central
eram obra de populações agrícolas e que o movimento desenvolveu-se depois que
as técnicas agrícolas (cultura da banana e do inhame), introduzidas pelos entre
-400 e +200, foram transmitidas para as populações florestais da África Central.
Outra teoria, a da conquista, estabelece uma ligação entre a expansão dos
bantos e os primórdios da idade do ferro: o trabalho deste metal teria
facilitado a produção agrícola, graças ao aperfeiçoamento das ferramentas, e
permitido aos bantos estabelecerem o seu domínio sobre os povos das regiões nas
quais eles se instalaram. O principal defensor desta teoria, C. C. Wrigley,
afirma que os bantos: eram uma minoria
dominante, especialistas da caça ao javali, constantemente ganhando novos
adeptos [...] graças ao seu fabuloso prestigio como provedores de carne,
lançando sem cessar novos grupos de aventureiros em todas as direções, ate o
ponto em que a totalidade do subcontinente austral conheceu o uso do ferro e
pos-se a falar o banto”(2010: 180-181).
Como podemos observar o povo
Bantu era uma raça, um povo, e não povos como muitos acreditam ser, pois,
quando se fala do povo Bantu, muitos pesquisadores não têm o mínimo cuidado de
datar ou nomear esse povo Bantu, deixando assim o leitor bastante confuso.
Quando presenciamos, hoje, nos
estudos literários, nos mapas etnográficos, essa gigantesca expansão de povos
Bantu, nos faz compreender o que Samwiri Lwanga-Lunyiigo e Jan Vansina
escreveram sobre a expansão.
Mesmo que existam dialetos diferentes,
presenciamos um parentesco de línguas, capazes de confundir qualquer um que não
as estudam a fundo. Exemplo disso são o Kimbundu (Língua Angolense) e o Kikongo
(Língua Congolense), línguas diferentes com uma forma gramatical muito similar,
que pode acarretar uma seriem de erros, caso não estudado a fundo, podendo
acreditar que sejam a mesma língua.
A mistura do povo Bantu, a sua expansão, também
podemos compreender como ocorreu no passado, nos ritos de casamento executados
por alguns povos de origem Bantu, mas em especial, este entre os Bakongo.
Quando o menino (muleke) ou a
menina (rapariga) atinge a puberdade os pais logo da inicio aos preparativos do
futuro casamento dos filhos. Caso na própria aldeia os pais não tenha
encontrado bons candidatos pra casarem, procuram em aldeias vizinhas. Neste
caso os pais do menino que procura uma boa candidata para o filho. Os pais da
menina aguardam, não sai a procura de candidatos pra casar a filha, sabem que
muitos já a observam na aldeia ou vem visitar a aldeia a observar futuras
candidatas.
A menina ao decorrer de sua vida,
anterior a se revelar mulher e poder se casar aprende a ajudar a mãe nas
tarefas de casa (kubata). Ajuda a cozinhar, a plantar, a colher e
principalmente, caso tenha irmãos mais novos, ajuda cria-los. Assim a menina
cresce aprendendo ser dona de casa e como cuidar de uma criança. O menino
anterior a puberdade esta sempre em atividades, ajuda o pai, tio, avô ou outro
mais velho nas plantações e nas caças, sempre aprendendo.
A tia paterna ou a mãe ou a
mulher de um primo, deve ir à outra aldeia, vizinha, com a missão de encontrar
uma noiva para o filho. A mulher tem a missão de observar todas as meninas e
uma boa mãe. A tia paterna tem a função de observar varias meninas, que pode
ser futura mulher de seu sobrinho, que pode se uma excelente dona de casa e uma
excelente mãe. A tia tanto observa as meninas quanto à mãe e irmãs casadas.
Assim pode observar o comportamento, o ensinamento que essa família detém.
Após todo um procedimento
executado, relacionado ao casamento, o homem após ter se casado e pago todos os
dotes a família da esposa, a leva contigo, passando a viver com o marido na
aldeia que ele reside, e caso ele deseja sair da aldeia, em busca de novas
terras, a mulher deve sempre o acompanhar.
Seja através do casamento, de
conquistas a novos habitat ou buscas de terras férteis, com uma localidade
cheia de animais silvestres, os grupos bantu que se encontra hoje em
Africa-Bantu, pelo menos grande parte dos mesmos manteve uma tradição dos
ancestrais. Isso pode ver nas tradições mantidas ate hoje. O Homem Bakongo, ao
se casar, seja sua mulher da mesma aldeia ou não, ela o acompanha por onde for,
passa a pertencer ao marido, a família do marido. Com isso encontramos uma nova
mistura de povos, nos levando a acreditar que os Bantu fizeram sua expansão
dessa mesma forma.
Um grande abraço aos amigos!
Tata Kitalehoxi!
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