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quarta-feira, 17 de julho de 2013

A ORIGEM DO NOME "ANGOLA"



O nome "Angola" tem raíz no termo "Ngola" que era título de um dos potentados Ambundos que existia no Antigo Reino do Ndongo, entre o Anzele, Ambaca e Pungo Andongo (nas actuais províncias do Bengo, Kwanza Norte, Kwanza Sul e Malange) no tempo do início da expansão da influência dos portugueses sobre o Antigo Reino de Ndongo, na segunda metade do Século XVI.

Ngola A Kiluanje (1515-56) foi o lider do potentado mais destacado do Antigo Reino do Ndongo, sendo conhecido por Ngola A Kiluanje Inene (o Grande Ngola). Ngola A Kiluanje Inene fundou uma dinastia do que mais tarde se havia de vir a conhecer como o Reino de Angola, que entao compreendia, entre outros, os distritos da Ilamba, do Lumbo, do Hari, da Quissama, do Haku e do Musseke. Inicialmente o Ndongo era um chefado vassalo do Antigo Reino do Congo ate Ngola A Kiluange Inene se declarar independente. Outros reis do Antigo Reino do Ndongo independente foram o Rei Ndambi A Ngola (1556–c.1562), o Rei Ngola Kiluanje kia Ndambi (c. 1562-c. 1575), o Rei NjingaNgola Kilombo kia Kasenda (c. 1575–1592), o Rei Mbandi Ngola Kiluanje (1592-1617), o Rei Ngola Nzinga Mbandi (1617-1624), e a Rainha Nzinga Mbande (Ana de Sousa) que reinou de 1624 a 1626. Em 1626 os Portugueses conquistaram o Reino de Angola, passando este a ser vassalo de Portugal. Durante este periodo foram reis do Ndongo Dom Hari A Kiluanje que governou em 1626, e o Rei Ngola Hari, que governou de 1627 a 1657.

O termo "Ngola" tem por sua vez raíz no termo "Ngolo", o que em quimbundo (língua do povo Ambundo) significa "força", de acordo com o "Ensaio de Diccionário Kinbundu-Portuguez", preparado por Joaquim Dias Cordeiro da Matta, impresso na Typographia e Stereotypia Moderna da Casa Editora António Maria Pereira, e publicado em Lisboa no ano de 1893. O mesmo termo em quicongo (lingua do povo Bakongo) significa "rigor, força, fortaleza, ou robustez". Os Portugueses depreenderam assim que o Ngola era aquele que tinha força, aquele que era poderoso.

Apesar de inicialmente o nome e título de Ngola se aplicar sómente aos potentados e região ao longo do curso superior dos rios Lucala e Cuanza, o uso do termo passou a aplicar-se a outras regiões e chefes vizinhos que viriam formar eventualmente o núcleo do domínio português na região. Aos chefes Ngola os Portugueses chamavam-nos "Ngola" e à região chamavam as "Terras do Ngola".

Desde então, as terras vizinhas ao longo dos rios Lucala e Cuanza, sob a tutela dos Ngola e mais tarde conquistadas pelos Portugueses, passaram a ser chamadas e reconhecidas nos mapas e documentos oficiais da época como "Terras do Ngola", depois como "Terras d'Angola", e desde então a colónia portuguesa passou a chamar-se simplesmente "Angola".

Da mesma forma, e conforme Ferreira Diniz (Populações Indígenas de Angola, Imprensa da Universidade, Coimbra, 1918), o nome Ngola acabou por aplicar-se também a alguns grupos do povo Ambundo que ocupavam o mesmo território, incluindo os Ambaquistas, Golungos, Cabires e Dondos, que habitavam a região entre os rios Cuanza, Lifune e Zenza, e que se estendia até aos rios Cuiji (afluente do Cuango) e Gola Luige (afluente do Lucala).



Fontehttp://introestudohistangola.blogspot.com.br/2006/05/31-donde-vem-o-nome-angola.html

segunda-feira, 15 de julho de 2013

A ORIGEM DA NAÇÃO ANGOLA



Os Bantus.

O termo BANTU surgiu nos idos de 1860 quando W. H. Bleck, um teólogo alemão, ao viajar para a África para escrever um gramática isiZulu, acabou por estudar as línguas bantu e percebeu que na grande maioria delas, aparecia o segmento -NTU significando GENTE, PESSOA.

No dialeto Xhosa, por exemplo, a palavra pessoa é UMNTU e pessoas ou povo é ABANTU. Assim, ao designar aquele grupo conferiu a expressão BANTU (pessoas ou povo).

A seguir, percebeu outra características que aproximavam essas línguas entre si e quem sabe, determinavam uma origem comum àqueles povos distintos. O uso de prefixos, ao invés de sufixos – comuns as línguas ocidentais – na formação das classes. Assim, a organização gramatical se faz a partir da semelhança fonética. Por exemplo, todas as palavras que no Umbundo se iniciam pelo prefixo MU- e indicam pessoas são classificadas na Classe I. Já as que se iniciam pelo mesmo prefixo e indicam seres inanimados compreendem a Classe II dos substantivos.

Mas quem são esses povos? Quais as suas características e peculiaridades? São essas perguntas e tantas outras que venho tentando responder, com dificuldade mas com proporcional gana.

O que é comumente aceito pelos estudiosos de uma forma geral, é que o grupo étnico que deu origem a essa diversidade de línguas veio de algum ponto dentro da Floresta do Congo cerca de alguns anos antes do início do Cristianismo e de lá se espalhou pelas outras áreas. Especificamente, de onde vieram e como se espalharam por uma área tão grande e de forma tão abrangente (afinal ocupam 2/3 da África), ainda são perguntas sem resposta.

Nei Lopes descreve em seu livro Bantos, Malês e Identidade Negra que para J. H. Greenberg os mais remotos ancestrais dos Bantu teriam seu habitat primitivo na região do Lago Chade e do médio Benué, na Nigéria de hoje, exatamente onde teria florescido a legendária Civilização de Nok. E ele prossegue esclarecendo que de lá, teriam ido para a região do Monte Camarões onde pela primeira vez se dispersaram – uma parte deles teria atravessado a floresta equatorial e se instalado nas savanas a oeste do lago Tanganica de onde teriam seguido três direções: Atlântico, África Austral e África Oriental.

Contudo, essa teoria não é única, havendo outros estudiosos que acreditam que esses povos vieram da região do Golfo da Guiné, tendo se dispersado por volta dos séculos I e V d.C. para a região dos Grandes Lagos (Alto Nilo). Outros ainda acreditam, que os ancestrais bantu viveram entre os rios Ubangui e Charli (atuais República do Chade e União Sul-Africana), de onde seguiram em direção oeste, chegando aos territórios de Camarões e Nigéria. Posteriormente, devido as condições climáticas insatisfatórias do Saara, teriam migrado para a região sul do território africano. E ainda muitas outras teorias permeiam esse estudo.

Antes da dominação européia sobre essa região, os bantu ou eram tribos agrícolas e guerreiras, ou eram tribos de pastores (e nesse caso, pacíficos). Com a chegada dos europeus, algumas regiões cresceram como Buganda (onde hoje é Uganda) e algumas tribos predominaram como os Zulus, os Soto, os Ndembele, os Shonas e outros. Como os povos precisavam de terras, fosse para o cultivo ou para a criação de animais, a saída do seu local de origem foi imperativa já que, ao que tudo indica eram terras mais áridas.Foram várias as ondas de migração ao longo dos séculos, seguindo o mesmo caminho inicial, mas, terminando por alocar as tribos em pontos diferentes do continente. Ao que parece, esse estabelecimento não era nem planejando, nem tão pouco instantâneo e se definiu ao longo de cerca de duzentos anos (pelo que indicam as pesquisas arqueológicas). Esse tempo foi o suficiente para que as trocas culturais acontecessem.

Bibliografias consultadas:

A Survey Report for the Bantu Languages - Derek Nurse. 2001

Bantos, Malês e Identidade Negra - Nei Lopes.

1988Myths and Legends of The Bantu - Alice Wernwe. 1933

Problems in African History - Collins.

Texto retirado do site MAKAMBANGOLA

segunda-feira, 8 de julho de 2013

MUAMBA DE GALINHA (Tradicional comida angolana)





















Ingredientes:

1 galinha caseira
 600 grs de dendén
 gindungo q.b.                                   
 sal q.b.
1 dl de azeite                                            
 2 dentes de alho
 2 cebolas médias
 350 grs de abóbora carneira

Confecção:
Depois da galinha arranjada e lavada, corta-se aos bocados e tempera-se com sal, os dentes de alho e o gindungo pisados.
Põe-se a galinha num tacho com cebola picada e o azeite e leva-se ao lume a alourar.
Entretanto coze-se os dendéns, assim que estiverem cozidos escorre-se a água e pisa-se para separar os caroços. Adiciona-se cerca de 1 litro de água morna, aos poucos espreme-se bem e coa-se. Junte esta à galinha e deixe cozer, misturando a abóbora cortada aos cubos.
Por fim junte os quiabos e deixe acabar de cozer.
Sirva a muamba acompanhada com funji.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

MUZONGUÉ (Tradicional comida angolana)



Ingredientes:

• 1 kg de peixe fresco (goraz, pargo)
• 1 dl de óleo-de-palma
• 500g de batata-doce e banana pão e mandioca
• 250g de peixe seco (corvina etc.)
• 2 cebolas
• 2 litros de água + ou -
• 3 tomates
• sal q.b.
• gindungo q.b.

Preparação:

Põe-se a água ao lume com o óleo-de-palma, o tomate sem peles nem sementes e cortado aos bocados, a cebola cortada às rodelas finas e o sal.
Deixa-se ferver um pouco.
De seguida juntam-se a batata-doce depois de descascada, a banana-pão e a mandioca, lavadas e cortadas aos cubos não muito pequenos e o gindungo pisado.
Deixe ferver por mais 10 minutos.
Passado o tempo junta-se o peixe fresco cortado às postas e o peixe seco cortado aos cubos (caso o peixe seco esteja muito salgado convém pôr de molho durante 1 hora + ou -).
Depois de tudo cozido o que leva + ou - 10 minutos coloca-se numa terrina e serve-se.

MUFETE (Tradicional comida angolana)



O mufete é um prato tradicionalmente apreciado pelos angolense. Preparado tradicionalmente aos sábados em várias regiões de Angola, assim como em Luanda onde o mesmo é o prato típico da região. O mufete está presente em todas as comemorações, em aniversários, nos noivados ou mesmo nos casamentos.  O mufete é um prato que representa a festividade, pois transmite alegria a quem o aprecia.  É um prato composto com ingredientes como: o feijão de óleo de palma, o peixe carapau, o galo ou cacusso grelhados, a banana pão, a mandioca, a batata-doce e a farinha musseque, e principalmente  o molho de cebola com vinagre, azeite doce e uma pitada de sal, como acompanhante. 
Ingredientes para fazer o mufete:
Receita para 6 pessoas
1 - Meio quilo de feijão
2 - Seis peixes carapau, galo ou cacusso (pode por mais peixe se quiser)
3 - Uma mandioca grande
4 - Três ou quatro bananas pão
5 - Seis ou sete batata-doces
6 - 2 cebolas grandes
7 - Alho
8 - Uma lata de óleo de palma
9 - 1 chávena de farinha musseque
10 - Vinagre, azeite e sal
Modo de preparar:
1 - Coza o feijão numa panela de pressão por cerca de uma hora e meia.
Depois de estar pronto, ponha numa panela meia lata de óleo de palma, o feijão e sal a gosto, deixando cozer em lume brando até ficar bem apuradinho.
2 - Lave e escame bem o peixe, tempere-o com sal pisado ao alho, limão ou vinagre, deixando o tempero entrar por cerca de 30 minutos. A seguir grelhe num grelhador ou de preferência num fogareiro.
3 - Descasque a mandioca, lave muito bem em água corrente e ponha a cozer.
4 - Lave a banana pão e a batata-doce, cosa-as em panelas separadas vá picando para ver se estão prontas. Elas ficam prontas quando estiverem molinhas.