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domingo, 21 de abril de 2013

ORIGEM BANTU

ORIGEM BANTU


A grande maioria dos cerca de 12.000.000 de habitantes que constituem a população Angolana, provém dos povos de origem Bantu.

Existe ainda uma minoria de não-bantus que são os Bosquimanos ou Bochimanes.

Há 3 mil anos ou talvez 4 mil anos atrás, os bantus deixaram a selva equatorial ( na região hoje ocupada pelos Camarões e Nigéria) rumaram em dois movimentos destintos, para o sul e para o leste, empreendendo assim a maior migração jamais realizada em Africa. Por causas desconhecidas esta corrente migratória prolongou-se até ao século XIX.

Caminhando sempre em direção ao sul estes, jovens povos, vigorosos, armados e organizados venceram e escravizaram os indefesos pigmeus e Bosquimanos.

A designação Bantu nunca se refere a uma unidade racial. A sua formação e expansão migratória originaram uma enorme variedade de cruzamentos. Há aproximadamente 500 povos Bantu. Assim não se pode falar de raça Bantu mas de povos Bantu, isto é, comunidades culturais com civilização comum e línguas aparentadas.

Depois de tantos séculos em que se realizaram muitas deslocações, cruzamentos, guerras, e foram tão diversas as influências recebidas os grupos Bantu conservam ainda as raízes de um tronco originário comum.

O termo BANTU aplica-se a uma civilização que conserva a sua unidade e foi desenvolvida por povos de raça negra. O radical ''ntu'' comum em muitas línguas Bantu significa pois, homens, seres humanos.

Os Bantu além do nítido parentesco linguístico conservam um fundo de crenças, ritos e costumes similares, uma cultura com traços específicos e idênticos que os assemelha e agrupa independentemente da identidade racial.

Os Bantus Angolanos repartem-se por nove grandes grupos etnolinguísticos  Quicongo, Quimbundo, Lunda-Quioco, Mbundo, Ganguela, Nhaneca-Humbe, Ambó, Herero, e Xindonga: que por sua vez se subdividem em cerca de uma centena de subgrupos tradicionalmente designados por tribos.


Fonte: consulado de angola

sábado, 20 de abril de 2013

O ORIXÁ DA CABEÇA



Ori é propriamente um Orisa. O Ori é quem nos abençoa mais rápido que qualquer Orisa, sem a permissão de Ori um Orisa jamais pode se manifestar no mediu, isso se da na existência, convivida por muitos de nós no Candomblé, no caso de existir Ogans e Ekedjis que não entram em transe de seu Orisa pra quem o foi iniciado.

O Orisa pode ser classificado por nós ocidentais, como uma forma simples de podermos ensinar pessoas de palavras limitadas, como uma Divindade protetora, não como o nosso próprio Deus, pois quem tem o papel de nosso Deus é justamente Olorum.

O Ori é justamente a cabeça, essência do ser. Ao nascer uma criança a primeira parte do corpo a sair é a cabeça, neste caso quem nasceu ao aye esta sendo Ori, é por esse motivo tão importante de Ori = Cabeça, que os pais devem estar sempre de olho na criança, pra não cair e bater a cabeça e vir a falecer. Pois a cabeça de uma criança mesmo já formada, ela não esta completamente seca, com os ossos firmes. Constitui em um Ori recém feito no orun, e por esse e outros motivos em aldeias africanas, antes, durante e depois da gravidez os pais sempre devem consultar um oráculo pra ver o que as Divindades têm o que revelar sobre a criança, neste caso tendo o adivinho sacado o Odu de nascimento, onde esse pode revelar todo o destino da criança, do batizado ao axexe.

Mas como já estivemos muitas vezes em frente um oráculo, as revelações somente são decifradas para aquela ocasião, tendo o sacerdote a insatisfação de nunca ver o futuro de alguém alem do que se pode, pois o momento de consultar o oráculo é de busca de resolver aquele determinado problema e com isso esse problema compõe como uma barreira, bloqueando o futuro, pois é preciso resolver o primeiro problema que estar tirando o sono da pessoa, podendo ter vida longa ou uma curta vida caso o consulente não executa o que foi revelado.

O Ori por ser a essência do ser, esta nitidamente falando conter toda a alegria e tristeza, pois ao escolhermos nosso Ori, escolhemos um Ori pronto, mas nós o escolhemos antes de descer ao aye. Então, se constata que nós somos nós e Ori é Ori.

Agora observando pelo fato de escolhermos o nosso Ori antes de descermos ao aye, comparamos esse fato com o nascimento de uma criança no útero materno. É justamente no útero materno que a criança é formada, neste caso a cabeça = ori, da criança. Então, pode-se concretizar que o útero seja um orun pra essa criança, e realmente é, pois é um mundo confortável e saudável capaz de conforta muitas crianças com foi o caso de uma americana ter 9 gemeos.

Essa criança ao nascer, prontamente já se manifesta sinais de exigências, chora pra mamar como se estivesse pedindo alimento, e a cada avanço que se tem, essa própria criança evoluiu sozinha, com o próprio Ori, aprende a sentar, engatinhar sozinha e andar sozinha. Se Ori nascesse forte e resistente em sua total potencialidade o crânio não nasceria fresco em fase de secagem.

Somo espírito e termos um corpo composto de cabeça = ori, neste caso ori deixa de ser um orixá e passa ser nós mesmo, ou seja, somos ori, mas o ori é o cérebro, o principal órgão que comanda tudo em nosso corpo em comunhão com os outros órgãos. O cérebro é o único é impossível de ser implantado em outra cabeça, a medicina ate hoje não fizeram transplante de cérebro, se fizeram desconheço esse inédito fato.

Antes de falarmos, comer, andar, correr e etc., é primeiro executado por nós, no cérebro, e é no cérebro que a alma do ser mora, por isso é bastante popular o ditado: sua cabeça é seu guia, vai na fé.

Somos tão limitados de poder, que devemos sempre fortalecer anualmente, ou de pequenos tempos pra outras pessoas com um ori complicado. Sempre fazemos o bori pra nós próprios fortalecermos, pois, sem uma cabeça boa não podemos ter progresso em nada nesta vida.

Caso pessoas com um ori complicado não se fortaleça, por causa de preconceito, iguinorancia, vaidade ou luxuria, e esta tendo um destino de vida longa caso se fortaleça, execute a base principal do ser divino, Olorun, o futuro se reduz, pois acreditam no livre arbítrio. Mas esse livre arbítrio que o ignorante acredita é falso, pois a sua vaidade do prazer e da luxuria é fruto de uma cabeça fraca, neste caso o próprio ori se encontrando em desenvolução. Assim podendo levar a morte e ter que retornar pra fazer melhor, ou seja, concluir um destino e ter um pleno conhecimento para que quando a vir desencarnar possa ser honrado como um verdadeiro ancestral, concluindo o seu ciclo, pois é preciso estar no aye pra aprender e ensinar, mas quem completa um destino provavelmente é agraciado com o mérito de se tornar um babaegun = pai ancestral, pois no aye soube aprender com erro e acertos e ensinar.
  
Ori = essência do ser
Orisa = divindade da pessoa, protetor
Egungun = ancestral

Ori jamais seria um ancestral, pois este ao nascer no aye passaria por aprendizados, mesmo que Ori sabe, segundo a lenda, é conhecedo de todos os poderes de todos os orisas. (a lenda é bonita)

Orisa jamais nascera no aye, pois aqui já vive desde a criação do aye. Por aqui conhecerem, acompanha as pessoas em suas jornadas de vida.

Egungun jamais será um orisa no Brasil, mas na áfrica nigeriana são considerados, pois o orisa é um ancestral divinizado, e por egungun ser um ancestral divinizado, os considera como orisa.

Em plena lucidez e iluminação de minha cabeça, falo sobre ori, pois é ele quem dita essas palavras. A busca do conhecimento é importante, mas a sabedoria é divina provem de uma divindade, neste caso ori, o espírito conhecedor de todos os poderes dos orixás, e é por isso que somente o ori acompanha o devoto depois da morte. Ori prontamente é conhecedor sobre Iku, pois ori é quem acompanha o devo antes da vida, durante a vida e depois da vida, como um ciclo.

O livre arbítrio existe, mas é preciso neste mundo um pingo de caráter, conhecimento, inteligência e respeito com os mais velhos. Nossos mais velhos estão mais próximo do sagrado que qualquer pessoa nova, mesmo que esse mais velho não tenha conhecimento suficiente para ensinar um filho, neto ou sobrinhos, deve ser sempre respeitado pela sua sabedoria de vida, de sua idade avançada.

Esse livre arbítrio que a humanidade hoje no novo mundo muito prega é falso, pois ele nada esta construindo para as pessoas. Esta trazendo doenças causadas por drogas e alimentações irregulares, principalmente acidentes graves que leva a pessoa até a morte. Com isso podemos presenciar que Iku não estar vindo a terra atrás dessas pessoas, que não maioria é desobediente, elas próprias estão indo a ele, pois Iku so tem a missão de vir desligar as pessoas e ligar elas no outro mundo com o seu cajado.

Quando fazemos as coisas escutando nossos mais velhos, tudo da certo, pois estamos exercendo a obediência, o aprendizado e educação.  Se não tivermos uma disciplina o nosso ori é capaz de nos levar as loucuras e ao óbito, pois qualquer coisa que se faça hoje devemos estar lúcidos e sem vaidade que pode nos autodestruir.

Hoje podemos ver irrealizações, tristezas, perdas e acidentes por conta do livre arbítrio. Um livre arbítrio que todos temos, mas na hora certa, no dia certo e com pessoas certas. Caso esse dia e hora não sejam os certos e a pessoas esta focada no tal objetivo de sair e se diverti, o problema aparece de uma forma ou outra, e neste caso sempre as piores, brigas, acidentes e mortes. 

Um grande abraço aos amigos e irmãos!
Tata Kitalehoxi!


MARIDO E MULHER FEITOS PELA MESMA MÃO E/OU NA MESMA CASA!!!!!

SÉRIE DE VALORES DO CANDOMBLÉ DE ANGOLA  QUE NECESSITAM SER REVISTOS.

Com base nos artigos: 14, 15 e 34 do Código de Ética dos Angoleiros, criado pela plenária do  I SNAB (primeiro seminário Nacional dos Angoleiros do Brasil)março/2010, trazemos a tona, para a problematização e discussão, algumas diretrizes que necessitam ser tomadas para o crescimento e evolução do Candomblé de Angola Iniciamos essa série de valores a serem revistos por um assunto bastante polêmico nas casas de santo. Segundo alguns mais velhos, a não feitura  e por conseguinte confirmação de marido e mulher (a base de formação de uma família), pela mesma mão e/ou na mesma casa. Sabendo-se que uma das funções do Inkice e  de qualquer dirigente de qualquer religião é  unir e manter unida uma família, já detectamos aí, uma controvérsia nesse sentido. Ao iniciarmos só um elemento do casal, involuntariamente, estamos contribuindo para um provável apartamento de uma união, já que aquele que não foi feito, terá que procurar outra casa para se cuidar. Com isso, com poucas exceções, dadas as diferenças ritualísticas e doutrinas impostas, comuns em cada de santo, começam a surgir às incompatibilidades que iniciam nos terreiros e terminam nos lares. Isso porque obviamente, cada um irá seguir a orientação do seu Tata ou Mama de Inkice que pela lógica só terá controle espiritual sobre aquele que tem a sua mão, culminando na maioria das vezes com a dispersão da família ou abandono da religião. Se pararmos um pouco para observar e refletir, iremos perceber que nas religiões de matriz europeia, asiática e outras, o líder de uma paróquia ou congregação prega e une as famílias pelo matrimônio e pela fé, onde marido , mulher e filhos tem o mesmo padre, o mesmo pastor, o mesmo patriarca ou matriarca. Também em outras culturas de matriz africana vamos encontrar os Tata Kimbanda, Tatas Kussaka e Pajés, como únicos líderes religiosos para toda uma tribo ou aldeia. Aqui no Brasil temos a Umbanda como um brilhante exemplo, onde marido e mulher são filhos de santo do mesmo dirigente e pertencem ao mesmo terreiro. Mas, alguém poderá dizer: Ah! Eu já faço na minha casa há muito tempo, ou conheço muita gente que faz  o santo de marido e mulher. Faz, sim, mas de forma velada, dando o tal jeitinho, tudo isso por falta de respaldo da sociedade e com receio das críticas negativas e dispersadoras de seguidores de uma casa. Precisamos assumir este posicionamento de arrebanhar toda uma família que seja colocada em nossas mãos, abertamente, já que somos formadores de opinião. Com isso teremos família unida rezando unida, caminhando assim, para maior visibilidade e crescimento, credibilidade,  força e respeito em prol da religião. Dirijo-me ao povo Bantu-Angola, não tenho poderes para falar ou representar outras nações de matriz africana. Mas fica aqui o assunto em pauta como sugestão aos nossos irmãos de fé já que a união se faz necessária para a nossa vitória contra a intolerância religiosa e outras reinvindicações.  Dê a sua opinião, através de e-mail,  acompanhe o nosso blog, copiem e discutam o assunto nas redes sociais de comunicação  é preciso ouvir o nosso povo , novo e antigo. Precisamos nos fortalecer para lutarmos juntos.

 MALEABILIDADE E ESTRATÉGIA SÃO CAMINHOS CERTOS PARA A VITÓRIA!!!!!!!!
TATA KIMBANDA KIA DIHAMBA ANANGUÊ DE NGOLA DJANGA

sexta-feira, 19 de abril de 2013

A ORIGEM DA PALAVRA GOMÉIA


O Candomblé da Goméia foi instalado na rua Goméia, que originou o nome de Joãozinho da Goméia. A origem do nome da rua se tem vestigio de origem entre os Dahomeyanos e com os Angoleiro, supostamente na epoca da escravidão na Bahia. Origem Dahomeana: Uma dessas versões é utilizada pelo antropologo Waldeloir Rego, diz sobre a origem da palavra Goméia: “Por outro lado, os africanos quando aqui chegaram e foram se libertando, acomodavam-se em determinados locais, unindo-se por etnias. Deste modo, no local hoje chamado Goméia, que é uma corruptela de Abomey, se reuniam os povos de língua fon, vindos do Dahomey, hoje República Popular do Benin e aí se alastrtaram em derredor, formando pequenos agrupamentos em função das cidades daomeanas de suas procedências”… (Waldeloyr Rego, “Mitos e ritos africanos da Bahia”, In: Cartbé, Os deuses africanos no candomblé da Bahia. Salvador, Bigraf, 1993, p.185.)
Origem Angolense: A origem da palavra Goméia, com base fundamental nos ritos do Candomblé Angola, a existencia da palavra Goméia é encontrada no “Truziamanfú” (Reza de origem Bantu), que também pode ter originado o nome da rua onde foi fundando o primeiro Candomblé de Joãozinho da Goméia e enrraizado na epoca a Ndanji Goméia ou como muitos preferem se expressarem… Axé Goméia.


Um grande abraço aos amigos e irmãos!
Tata Kitalehoxi!

MPAMBU NZILA



Mpambu Nzila é conceituado hoje entre muitos adeptos do Candomblé como Divindade Senhor dos Caminhos, também conhecido como Pambu Njila entre outros. Mas cabe aqui a explicação da grafia antes de falarmos sobre essa Divindade popularmente conhecida como Nkisi, que a muitos anos foi confundida com o Orixá Exú.
A palavra Mpambu tem a sua origem no Kikongo, cujo significado é Encruzilhada. A palavra Nzila tem a sua origem no Kikongo, mas o seu significado é diferente da palavra Mpambu. O seu significado é Caminho.
A palavra Pambu sem a letra M antecedendo-o tem sua origem no Kimbundu, com o mesmo significado de Mpambu. Já a palavra Njila também tem o mesmo significado de Nzila, mas a sua origem é Kimbundu.
No Kikongo e Kimbundu as palavras que tem os prefixos M e N seguidos de uma outra consoante, são nasaladas, mas entre algumas regiões por conta do sotaque ou melhor pronuncia, é incrementado o I, o A ou a letra U anterior os prefixos M e N ou é totalmente nasaladas, exemplo:
Mpambu = Pambu
Njila = Injila, Unjila ate mesmo Jira, Unjira
No Brasil, Mpambu Nzila ou Pambu Njila foi e continua sendo confundido como Exu, os adeptos por falta de conhecimento relacionado a Mpambu Nzila dentro da cultura banto, adotou muitos conceitos da cultura nagô, principalmente da cultura daomeana. Mas a maior das deturpações se originou entre muitos adeptos em acreditar que Mpambu Nzila fosse o mesmo que um espirito de origem brasileiro denominado como Pomba Gira.
O nome Pomba Gira é conceituado entre os candomblecistas como uma corruptela da palavra Pambu Njila, mas o espirito que responde como Pomba Gira nada tem haver com o Nkisi Pambu Njila. Muito dessas deturpações também se originou por conta do pronunciar determinas palavras ate mesmo no cantar de muitos cânticos nas rodas de Candomblé Angola e Congo, como por exemplo, a palavra Bombo ou Pombo Njila.
Por conta da palavra Pombo que nada tem haver com aves, pode ter originado a palavra Pomba, mas a origem da palavro Pombo é Kikongo sendo a grafia mais correta ser Mpumbu.
A palavra Mpumbu significa território, ou seja, é um território no Reino do Kongo e nada tem haver com Pomba Gira.
Segundo Patrício Batsikama (2010) Mpumbu é o território onde existiu um mercado de escravos com o mesmo topônimo Mpumbu, por conta de a tradição Kongo ser o território que da origem ao mercado, ou seja, Mpumbu-Mercado.
O mercado do Mpumbu também foi um dos muitos mercados de escravos, sendo esse um famoso mercado onde fez ecos dos POMBEIROS como traficantes de escravos.
De acordo com Patrício Batsikama (2010) Kinsâsa encontra-se no Mpumbu, Territorio-Mercado de escravos, cujo topônimo Kinsâsa deriva do verbo nsâsa, mas sendo nsâsa variante que significa educar, elevar, instruir, formar e aprender.
Segundo esse mesmo autor, Patrício Batsikama, explica melhor o significado da palavra Kinsâsa; “Kinsâsa significa literalmente <<lugar da instrução>>, <<sítio da Educação>>, ou seja, onde foi reservado a educação dos escravos, os prisioneiros de guerras, os criminosos, entre outros”(2010: 37).
Como podemos observar em nossas pesquisas, as palavras foram se modificando com o tempo e com o território. Mas podemos concluir que as palavras POMBA GIRA, POMBO NJIRA, BOMBO GIRA ou simplesmente GIRA tem uma historia na raiz banto.
Com relação ao Espirito denominado como Pomba Gira, Espirito esse de origem brasileira, creio ter sido apenas uma má interpretação da palavra Mpambu Nzila que termina com vogal “A” fazendo uma analogia de se tratar de uma Divindade feminina, como não é.
Quando pronunciamos a palavra GIRA relacionada a algum ser sagrado, estamos potencializando-a com o Ngunzu (Força Vital) do centro do Mpambu (Encruzilhada), automaticamente evocando a própria força do espirito através do Njila (Caminho) que vamos percorrer, para nos assegurar de positividade e nunca do negativo, pois o ponto central, a encruzilhada é um ponto neutro, contem a energia positiva e negativa no conceito dos candomblecistas.
Mpambu Nzila para uma porcentagem dos adeptos do Candomblé Angola e Congo é acreditado ser o Nkisi guardião das porteiras, das estradas, das fronteiras e encruzilhadas onde recebe oferendas de reconciliação, agradecimentos e pedidos. Mas para outra porcentagem de adeptos, Mpambu Nzila é apenas o “Caminho da Encruzilhada ou Encruzilhada do Caminho”, sendo a própria Divindade denominada como Ngamba, cujo significado é guardião.
O Ngamba é o guardião das aldeias, comunidades e fronteiras, assim como é regente dos caminhos, vielas e encruzilhadas. É o Ngamba que atua como guardião e mensageiro entre os vivos e os mortos, principalmente entre os Minkisi e Mahamba.
Ngamba é Divindade que não entra em transe em ninguém, não é uma Divindade de iniciar ninguém, é de culto e atua sobre Mpambu Nzila (Caminho da Encruzilhada ou Encruzilhada do Caminho).
Segundo nossas pesquisas no Dicionário Kimbundu-Português de A. de Assis Junior, encontramos a palavra Ngamba com o mesmo sentido para os candomblecistas.
No Dicionário de A. de Assis Junior, “Ngamba” é aquele que transporta cargas, é o carregador, o mensageiro.
Segundo o Tata Tawá (citado por Sergio Adolfo) “quem se encontra em uma encruzilhada é, neste momento, o verdadeiro centro do mundo”.
Como podemos ver e aprendemos nos Candomblés Angola e Congo, muitas das oferendas dedicadas a Ngamba depositamos justamente no centro do mundo. Essa tradição é bastante antiga e antecede o seu uso nos Candomblés Angola e Congo. É praticada no mundo banto como o próprio Tata Tawá diz:
“É nas encruzilhadas, que as mulheres BALUBAS e LULUAS (incumbidas do cuidado das plantações) costumam depositar os primeiros frutos da colheita. Se a cidade estiver ameaçada pela fome, a população inteira se dirige em procissão as encruzilhadas mais próximas a fim de depositar ali oferendas de viveres ou de velhos utensílios domésticos destinadas as almas dos ancestrais. Nas encruzilhada, ainda, é que as mulheres acabam de desmamar um filho, ficando assim dispensadas da proibição costumeira de terem relações sexuais durante o período de aleitamento, sacrificando uma galinha branca as almas das crianças mortas” (COBANTU: 2008).


Um grande abraço aos amigos e irmãos!
Tata Kitalehoxi!

A IMPORTÂNCIA DE FAZER OFERENDAS !!!


Deus habita a natureza…
Deus reside na natureza…
Os crentes (todos que acreditam em Deus independente do nome e religião) acreditam na sua manifestação (Deus) em plantas, animais, pedras, rio, chuva e tanto outro Elemental e mineral existente, que compõe o planeta terra. O ser humano tem a necessidade de estar em comunhão com Deus. Essa comunhão se da através de rezas, orações, oferendas e gestos ritualísticos. Cada religião tem a sua própria maneira, diferente a outra, com uma similaridade e com um mesmo propósito, de adorar e serem abençoado por Deus Onipotente. 
A religião, mesmo que exista o mesmo propósito de adorar Deus Onipotente, também encontramos quem o cultua na forma de “trindade”, Onipotente, Onipresente e Onisciente. A trindade de Deus, Onipotente, Onipresente e Onisciente é costumeira entre os negos de origem Bantos. Assim acreditam fielmente, pois, conseguem falar com Deus, são ouvidos e com grande porcentagem são atendidos, mas às vezes não são atendidos por ausência de alguma coisa importante. Oferecem a Deus, sempre, rezas, orações, cânticos, gestos ritualísticos ou oferendas.
No Candomblé, religião afro-brasileira, especialmente o Candomblé de Nação Angola, cultua a trindade de Deus, (essa trindade não se baseia na trindade cristã), cultura religiosa herdada dos negros de origem Bantos. Deus no Candomblé é conhecido como Nzambi Mpungu, assim como é conhecido no continente africano, precisamente nas regiões Bantu, cujo significado é: “Deus Todo Poderoso”. É o Deus que criou o céu (diulú) e a terra (ixi), e tudo que existe.
Os Minkisi, cujo singular é Nkisi; as Mahamba, cujo singular é Hamba, são Divindades criada por Nzambi Mpungu, é como se fosse os ministros, governantes do equilíbrio da terra e sua existência, assim como tudo que habita nela.
Os Minkisi e Mahamba são intermediários entre Nzambi e os homens, pois Nzambi não tem culto ou altar próprio como se presencia pra santos e divindades em templos religiosos. O altar de Nzambi é a sua própria essência, o próprio universo. Pois em cada local esta um pouco de sua essência, é por esse e outros motivos que Nzambi (Deus) se faz presente e ciente de tudo o que se passaem sua Onipresentenatureza.
Em qualquer lugar é possível cultuar, adorar e reverenciar Nzambi (Deus), tendo os melhores lugares para a sua adoração, lugares calmos, onde se possa falar com a face voltada ao divino, e, poder ser atendido ou não, isso vai depender da vontade do próprio Nzambi Mpungu (Deus Todo Poderoso). 
Devemos reverenciar entrar em comunhão com os Minkisi e Mahamba, pois é o caminho a Nzambi Mpungu, o único caminho de nos protegermos contra seres altamente negativos (Nkuyu), de inimigos, de pessoas invejosas, de infertilidade, de má sorte, e etc. E para que possamos estar bem, felizes, com saúde, tendo nossa prosperidade sem o perigo de nos afundarmos com negativos, é preciso rezar, orar e fazer as oferendas certas e no lugar certo a cada Nkisi e Hamba que pretendemos entrar em comunhão.
Cada Nkisi e Hamba têm a sua particularidade na natureza, tem aquelas que habitam lagos, rios, montanhas, matas, cachoeiras e muitos outros lugares, mas quero aqui destacar uma Divindade regente das ruas, estrada e encruzilhada, que é o guardião Pambu Njila. Há este se faz uma serie de rituais e oferendas próprias, onde depositamos nas entradas de nossas casas, em seus assentamentos (altares dedicados a Pambu Njila), com o intuito de proteção, e ali ele poder justo atuar em nossa proteção.
Nas matas, nas estradas e principalmente nas encruzilhadas ofertam-se oferendas a Pambu Njila, para se comungar com o sagrado, proporcionando a proteção e a prosperidade de nossas vidas.  A encruzilhada é um dos locais mais perigosos, é simplesmente o portal do mundo dos vivos e o mundo dos mortos. Local que habitam e transitam muitos seres sobrenaturais, espíritos e divindades, e por ser um local que diariamente transitamos hoje no novo mundo ocidental, carregamos conosco tanto a negatividade quanto a positividade deste local, mas como precisamos estar sempre em equilíbrio, livres de tristezas, de desamores, de má saúde, de má sorte e etc., devemos nos limpar espiritualmente e limpar nossas casas da mesma forma, e principalmente depositar oferendas, com um bom propósito, nestes locais, para que a felicidade, saúde, fertilidade, fartura e a prosperidade reinem no recinto de cada ser humano. Mas pra se perpetuar positivamente, deve-se procurar o Sacerdote ou Sacerdotisa da religião do praticante. Cada religião independente dos cultos serem diferentes é capaz de interceder por cada fiel e ajudá-los, mas tudo em nome de um Deus que possa interceder por seus discípulos, tudo em prol do bem estar do ser humano. 
As oferendas que são encontradas nas ruas, matas, estradas, encruzilhada ou rios e cachoeiras, são depositadas com dois propósitos; negativamente e positivamente. Em grande maioria para o bem, mas se encontra para o mal, sendo visível nos próprios objetos dentro das vasilhas de barro, vidro ou outro. Não existe somente o bem, como também não existe somente o mal! É preciso o equilíbrio entre os dois, isso quem determina não sou eu e muito menos o próximo, e sim o próprio Deus criador do céu e da terra. Este intercede em manter o equilíbrio, nada existe sem o próprio ter criado, e é por isso que o mundo continua dentro dos seus princípios evolutivos.  
Muitas das oferendas causam espanto na sociedade, não pela sua forma de montagem ou às vezes conter objetos nunca vistos por muitos e sim porque são pessoas, ainda, contaminadas pelo pré-conceito e racismos. Chegam ao absurdo ponto de chutá-las ou jogarem pedras por cima, mas eu diria ser pura ignorância de que faz isso, pois destruir uma oferenda a uma Divindade ou espírito, corre o risco de se prejudicar, levando consigo toda a negatividade por conta de um pré-conceito, racismo ou intolerância religiosa.
Oferendas em locais públicos são condenadas por grande parte da população, mas se essa população se aculturasse, e se informassem melhor, principalmente se respeitassem as praticas religiosas alheia, não espantariam com elas.
As oferendas nesses locais podem ser retiradas com cuidado e respeito, pois a sua essência, após um dia já foi absorvida com sucesso pela Divindade ou Espírito. Então, quero dizer com isso que, de acordo com o tipo de oferenda em locais públicos não estão poluindo ou sujando.
Os bons candomblecistas, umbandistas e quimbandeiros, não denigrem a própria imagem, muito menos a sua própria religião, com oferendas sem anexo. Depositam, sempre, coisas orgânicas, que podem ser facilmente desintegrado na natureza e somente em ultimo casos, de urgência, de comunhão e proteção do sagrado fazem suas oferendas fora dos templos, em lugares adequadamente propicio, em lugares que tenha uma natureza boa, e que sua oferenda não venha sujar o meio ambiente.
Preservar o meio ambiente é direito de todos, por isso, o candomblecista que cultua a natureza com peça chave do seu culto, ou rituais, sustentável a todos os Minkisi, Mahamba, Voduns ou Orisá, constantemente faz perpetuar o seu respeito pela existência da natureza.
Um grande abraço aos amigos e irmão!
Tata Kitalehoxi!

TEMPO !!! DEUS TEMPO !!! O RELÓGIO DO TEMPO !!!



Hoje as pessoas vivem como maquinas, sustentados pelas pilhas dos relógios, que ao acabar a carga, passam por um estagio de desespero, pois esse é o seu único tempo criado pelo homem que controla o consumidor que vive falando não ter tempo pra fazer nada.

A falta de tempo no cotidiano das pessoas se encurtou por conta da própria negligencia, a incapacidade de resistir as tentações que o mundo oferece. Fazendo as pessoas querer sempre adquirir mais e mais coisas superficiais do materialismo, esquecendo que pra viver precisa de tempo, principalmente para nascer requere tempo.

Assim está as pessoas, sem tempo. Mas vivem prometendo tirar um tempo pra determinada tarefa importante, mas quanto mais coisas querem fazer, menos tempo adquirem pra sua satisfação.

Muitas pessoas perderam a habilidade de viverem sustentados pelo relógio sagrado do tempo, pois já se transformaram em consumidores compulsivos, destruindo a si próprio, pelo simples fato de não ter a capacidade de terminar o que começou ou que deseja começar.

A maior insatisfação do homem é não ter tempo. Estão em constante busca do bom sucesso, querendo mostrar a sociedade que são portadores de competência, capazes de organizar e administrar o estabelecimento onde trabalham ou vivem. Mas na realidade são incapazes de ser um administrador organizado. Vivem sem sucesso, ou seja, vivem com um falso sucesso, pois não sabem a importância do tempo sagrado, que proporciona prolongar o espaço na vida de cada ser vivo, e é por isso que o galo vive conforme seus ancestrais.

Muitas pessoas desconhecem o proposito do galo cantar, principalmente o seu significado, pois, um som, mesmo que não seja compreendido por muitos seres humanos, é uma mensagem de anuncio acompanhado de gestos físicos.

Os seres humanos falam na atualidade uma linguagem diferente, ou sera incapacidade cerebral de identificar um som, seja ele qual for, como se fosse uma linguagem? E quanto tempo existe o som? Aonde nasceu a primeira linguá? Sera mesmo que uma pessoa muda não fala ou são os não-mudos que são incapazes de compreender o som emitido pelas pessoas mudas?

Como podemos observar, falar do galo é falar de linguá, de som, de um canto que muitas pessoas já escutaram, mas nada compreenderam, não somente por incapacidade e sim por estarem vivendo em um mundo corrido, vivem dizendo não tempo pra fazer nada, sem tempo pra passear com os filhos, sem tempo pra visitar os parentes, sem tempo pra dar uma melhor atenção a companheira (o), sem tempo pra nada, até mesmo sem tempo pra rezar.

Então, se as pessoas não tem tempo pra fazer nada, o que ela tem na vida? Nada!

O galo é a primeira ave a reverenciar o "Deus Tempo". O Deus que nos proporciona um bom tempo de vida, um bom tempo de alegria, um bom tempo de trabalho, um bom tempo de amor, um bom tempo de refeição, um bom tempo de confraternização, um bom tempo de sono e um bom tem de morte para que possamos morrer satisfeito com tudo o que aprendemos e ensinamos sobre a terra. Pois é grande maioria os seres humanos que executa tudo ao contrario, vivendo sem tempo pra fazer nada, não produzem nada, a não ser a pior morte que recheia a alma de insatisfação e com isso não deixando ensinamentos aos seus descendentes sobre a importância de saber respeitar o tempo sem adentrar no infortúnio de uma vida que pode ser prospera.

No Candomblé Angola, assim como nas antigas terras dos Bantu, uma dos principais Nkisi (Divindade) que tem ligação com o tempo se chama Kitembu, que ao longo dos anos no Brasil, no caminhar do Candomblé até os dias atuais, foi popularmente chamado pelos adeptos como Tempo, pelo simples fato de ser responsável pelo ar e o vento, controlando o espaço de tempo que cada vida, seja animal, vegetal ou mineral tem para nascer, crescer, reproduzir e morrer. É por isso que Kitembu, para alguns adeptos, tem ligação com os grãos, assim como a vida e a morte.

Um grande abraço aos amigos e irmãos!
Tata Kitalehoxi!